sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Fluxo


        Tenho nas palavras meu escoadouro libertário de aprisionadas impressões. O que flui é o que me abasta, vazão de sentimentos. Desta enxurrada, o que me basta. Se realidades seguem oníricas e sonhos se desejam concretos, eu navego o limiar. E é ali que me resumo em abstrações manchadas de cores, de odores, de toques, dores inexatas, lembranças caladas, olhares disformes, sorrisos multiformes, páginas marcadas, presenças eternas, ausências enormes.
        Uso o idioma dos homens numa linguagem que conversa com o meu universo e que nem sempre sei decodificar. Escrevo sobre o pouco do compreendido e o muito do sentido. Da vida procuro a essência. Da efemeridade de sua poesia, fragmentos.
        Bebo do mesmo tempo que me consumirá. E amanhã sempre será apenas talvez. Mas aprendi a não acreditar em verdades absolutas, então posso estar enganado. Afinal, minhas palavras não pretendem ensinar, apenas se libertar. Há momentos onde o que preciso é desaprender para me reinventar...

CELSO MENDES

2 comentários:

Anônimo disse...

E porque deixas que a liberdade seja a única que te governe o traço, tua linguagem flui tão bem que nos cresce a sensação de asas que caligrafam.

Gostei muito de ler este teu post.

Um abraço.

Celso Mendes disse...

Muito feliz com tua visita e comentário, Katyuscia. Tenho lido muito o que escreves e, com certeza, me inspirado muito em teus textos.

Abraço!