fecunda-se o poema
cresce a substância primária da língua
a condição incorruptível do talvez
e a geometria do vazio se arremete
ante a luz
é ainda no escuro que descansa a imagem
que repousa o verbo
que se abranda o inferno
e que todos os cacos de ternura confluem
em um só oceano
de relâmpagos
e é na sinapse que a faísca insiste
e no princípio é que germina o fim
(Celso Mendes)