quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Híbrido


esses dedos
não mais me tocam
mas ardem
— sequela de tempestade em ferida —
rasgam velhos sonhos podres
rasuram memórias torporosas

eram deles as unhas-navalha
que levaram pedaços meus
encravados

ainda restam-me
suas lascas cartilaginosas
mescladas
em minha carne
em meus ossos
em minha alma


ainda resto-me híbrido

(Celso Mendes)

3 comentários:

Anônimo disse...

Muito aprecio esses poemas sensitivos. Uma força de leitura ótima tem o seu.
Lembrei-me de algo semelhante que escrevi: http://laramaral-teatrodavida.blogspot.com/2010/07/flor.html

Beijo.

Celso Mendes disse...

Li "à flor". Muito belo. Gosto sim de explorar sentidos e sensações. A visceralidade da escrita me atrai. Obrigado pela presença frequente aqui.

Beijo.

Jonathan disse...

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