segunda-feira, 10 de agosto de 2015

A espera

e não há lamento:
um sereno torpor a lhe invadir  a calma
uma esperança vermelha
o risco a giz no solo negro
as letras imensas
o foco

o tempo a passar preciso
corta o escuro cirurgicamente
absoluto

e por que adiante será dia
e na noite se guardam todas as vidas à espera do fogo
repousa nos lábios
o mais suave silêncio

(Celso Mendes)

7 comentários:

Dhênova disse...

Sempre muito bom te ler, amigo poeta!

Dolce Vita disse...

Imagens lapidadas com maestria. Ler-te é um privilégio! Beijos

Ricardo Mainieri disse...

Celso, por vezes as sombras que vivem em nossas profundezas ganham imagens e palavras. Como neste poema soberbo. Abração do Ricardo Mainieri

Cesar Veneziani disse...

Um verdadeiro mestre! A sensação após a leitura é sempre boa, nos eleva!

cirandeira disse...

Uma incisão poética perfeita realizada por quem possui também a maestria das palavras quando fala dos sentimentos humanos. Belíssimo poema, amigo. PARABÉNS, mais uma vez.

Um beijo

Unknown disse...

"e por que adiante será dia"

Aplausos.

Unknown disse...

Dá a entender que a Morte é mais bela que a Vida.

Gostei.