sábado, 27 de agosto de 2011

Impressão boêmia e entorpecida sobre a rua, postes e afins


o vinho bate vermelho em minha ideia anoitecida
a madrugada flui seu sereno em telhados embriagados
palavras flutuam consignadas no silêncio da bruma
a sombra conforta o sono das cores adormecidas
e meus olhos
mentindo-se impassíveis
registram o reinado das mariposas

(Celso Mendes)

22 comentários:

Celso Mendes disse...

esse primeiro verso surgiu em um comentário que fiz de um poema de Marceli Becker, autora que adoro e ler. depois disso, só isso aí...

Lídia Borges disse...

No reino das mariposas a sombra e a luz dançam embriagadas...

Lindo!

Um beijo

Beta disse...

Celso, obrigada por sua visita ao Sede em Frente ao Mar.
Se o ponto de partida dessa poesia foi o que se comentou de um poema, então se sabe a vínculo lírico que a beleza se disseminou. As paisagens de aqui estão fecundadas com vinhos, olhos e mariposas que reinam sobre a noite e o sono. Gostei demais! Um abraço,

Sândrio cândido. disse...

Celso, dois fascinados por mar Becker, gosto dela demais.
Quanto ao teu poema, ao ler dá para sentir uma embriaguez que nos fascina.
abraços

Wania disse...

Celso

Vinho... "versus"... luz...
Linda embriaguez poética!



Bj grande, meu amigo!

Luna Sanchez disse...

No meu caso o vinho dá "branco" (uhun) e isso me deixa em uma posição tão confortável de pré amnésia alcoólica...rs

Um beijo, Celso.

Anônimo disse...

"a madrugada flui seu sereno em telhados embriagados"

Todo o poema é da melhor safra... mas o sorver dessa imagem em verso me embriagou completamente, Celso!

Beijão.

Mar Becker disse...

Não por ter surgido da leitura de um poema desta que vos escreve (hahahaha), mas o primeiro verso, "bate vermelho em minha ideia anoitecida", é demais...
A tua poesia propõe primeiro uma suspensão da realidade: embriaguez. Depois, o segundo movimento, uma ÊNFASE, um olhar com lupa, o que percebo no último verso: "registram o reinado das mariposas".
Muito bom, é poema-cena, poema-cinema...
Beijo,
Mar

Unknown disse...

esses flashes, diria instantâneos poéticos, transmudam a paisagem ébria

grande abraço


p.s. vou ver o poema que deu origem

marlene edir severino disse...

Teus versos embriagam,
flutuo aqui nesse início de noite
a imaginar a dança das mariposas...

Que lindo, Celso!

Um beijo!

José Luis Junior disse...

caralho. falou por mim
excelente, meu caro senhor.

Tiago do Valle disse...

Vinho que bate vermelho, idéia anoitecida, telhados embriagados, palavras que flutuam e cores adormecidas nunca me fariam tanto sentido, fora da sua poesia. Você manipula as palavras com exatidão científica... A ciência da subjetividade humana.

Jorge Pimenta disse...

absolutamente incrível este corrupio
de sensações que a paisagem, em viés ébrio, pontua diante do olhar poético.
um brinde à poesia, querido amigo!
abraço sentido!

Weslley Almeida disse...

Meu caro... Que imagens fantásticas traçadas nos seus versos!
Eu me seti no lugar da imagem poética.
Pensar na embriaguez dos telhados nos serenos e do sono das cores na sombra - só mesmo um poeta. :]
Abraço!

Luiza Maciel Nogueira disse...

adoro mariposas principalmente depois de ler Castanheda, pra ele elas indicam sempre um sinal/são mágicas. E esse reinado deve ser repleto de magia! :)

beijos

Dolce Vita disse...

Alguns autores proporcionam uma experiência estética do sentido que fascina. Vc é um deles.

Bom demais ler-te!

Beijos

Anônimo disse...

Olá querido.

Amo te ler, querido, pois vou junto com as suas palavras.

Belíssimo.

Beijo

manuela barroso disse...

Uma ideia anoitecida que fica iluminada com tão bela prosa poética.
Bji, Celso

Luna Sanchez disse...

Quero post novo teu, moço.

Faz?

Um beijo.

Celso Mendes disse...

Ah, Luna, ando trabalhando muito e com tempo escasso. Pra piorar, perdi meu pendrive onde tinha vários rascunhos e esboços, justamente para usar nessas horas de aperto. Aí desanimei de vez...rs Mas já estou me reorganizando!

beijo.

Luna Sanchez disse...

Ah, que coisa chata, Celso, lamento.

=\

Deve ser péssimo perder esses "guardados".

Daniela Delias disse...

Um brinde, amigo!!!