sexta-feira, 9 de julho de 2010

Revoada


Tua boca já não comove ou remove minha decepção.
Renovo sentimentos contra teu sorriso impassível, engessado,
incrustado em minhas fantasias mais rubras. Teus olhos
negros
teimam brilhar
em meus dias de insanidade
que se repetem pontualmente às treze horas
na porta do inferno.
Inda não acabou. Mas já rasgo o ar
com minha palavra mais secreta de emudecer pintassilgos.
Estou abandonando o meu refúgio. Recrudesça-te
a tua condição do nada que já foste, pois eu irei,
novamente,
à procura do azul.

(Celso Mendes)

Um comentário:

Lúcia Gönczy disse...

Celso,

Prazer imenso estar aqui, viu. Quantas almas observei nos seus versos...
Vc tem o dom, que alguns poucos tem, de abrir uma porta, não para que entrem, mas de forma que seus poemas passem como e na velocidade da luz para aqueles que a espiem. me peguei dentro, interagindo com muitos; entretanto, este hoje, calou fundo:

"Mas já rasgo o ar
com minha palavra mais secreta..."

Abração, obrigada pelo convite. estarei atenta ;)

Lúcia