quinta-feira, 24 de junho de 2010

Um cruzamento


frio
noite
passos pesam
passado

memórias
a trazer
teu rosto
que insiste existir

chuva
semiluz
vento

no cruzamento
faróis rasgando pingos oblíquos
denunciam meu olhar
marejado

sombras
vagueiam
disfarçadas de gente

comigo
só lembranças

solidão
dobrando esquina
devagar

da alma
deixo um pedaço

o que as retinas fixaram na mente

levo

(Celso Mendes)

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