segunda-feira, 17 de março de 2014

Caminhando através da luz


não que eu queira explicar. é como absinto: me cheira a luz. mas sinto. e se esparrama em poças de histórias sob meus pés a cada fração de passado. e a picada da abelha é que leva ao êxtase quando se atraca ao doce do escorpião. não é a luz, é o que ela incita na mente ao captar seu reflexo. não é o som, é seu ritmo a cravar no hipotálamo. não é a lógica, é a desconstrução que me excita e estimula. e nem sei pra que dizer tudo isso aqui — um impulso, e só. mas nada é como já foi e acabo de me reinventar mais uma vez sob a pena de um bico sonhador. (seria atrevimento meu querer caminhar através da luz?).

Celso Mendes

3 comentários:

Anônimo disse...

O que fica à sombra nos seduz muito mais...

Um texto poético belíssimo, Celso.

Beijinho.

cirandeira disse...

Caminhar faz parte da nossa condição humana, agora, caminhar através da luz é privilégio para criaturas que possuem um olhar muito especial, para poetas que conseguem vislumbrar filigranas de luminosidade no escuro com a maior naturalidade. Não é "atrevimento", Celso, faz parte de ti.

Um grande abraço, amigo!

Jarbas Siebiger disse...

continue impulsionando! vc tbm é fera na prosa