domingo, 10 de outubro de 2010

Sobre Romper Barreiras


Eu lanço esta palavra em voo cego
Rasgando este segredo que me envolve.
Que o eco que o silêncio me devolve
Respingue a liberdade a que me nego.

E risco o ar com cores e sabores,
Arrisco conturbar a minha calma.
Bem sei não ter a vida em minha palma,
Mas tenho minhas flores e valores.

Pressinto o que me espera ao fim da reta
E agora eu quero abrir esta comporta,
Saber daquele brilho que me afeta.

Eu rompo a solidão que me conforta,
Desato o nó e então atiro a seta:
Quem sabe o seu trajeto me transporta...

(Celso Mendes)

2 comentários:

Sereníssima-Lena Ferreira disse...

Belíssimo soneto, Celso. Tanto na construção, ao meu ver, quanto na essência. Há de se arriscar em voos cegos; tentativas são estimulantes!

Parabéns pelo espaço de muito bom gosto. Beijo!

Celso Mendes disse...

Obrigado, Lena! Fico muito feliz com sua visita...

Beijo!