sábado, 3 de março de 2012

Nova introdução para reedição de mais uma antiga abstinência e vícios eternos


Sem aviso

chegou sem ruído de abertura
volátil
insinuante

inalei-a

[todo vício começa com uma sensação de prazer]


 
Absintismo  
(reedição modificada)

fluida
escorreu-me lenta
banhou-me de olhares
palavras
desejos

bebi da sua cor
colei o seu cheiro
sorvi sua essência
naveguei cada vão
por onde vertia

e nadava-a
sôfrego
ao perceber
súbito
seu sumo destilar-me pele afora
e vazar
de minhas mãos
ocas
que não mais a continha

rapidamente escoou
secando-me um sonho
eternamente fugaz

daqui
em minha embriaguez
ainda absinto-a
intensa
inebriante
fluida

(Celso Mendes)

27 comentários:

Celso Mendes disse...

nas últimas semanas ando um tanto ausente. são motivos pessoais e profissionais. pouco tenho produzido ou lido por conta disso. mas vícios são fortes e a abstinência vence quase sempre. então posto remendos e me desculpo e vou tentando ler os blogues que tanto gosto na medida do possível.

Unknown disse...

de inalar também padeço dos vícios, que se instalam solenes e sempre pedem mais. até as palavras viciam,


abraço

Unknown disse...

Celso Mendes!

Li o "Movimento em si menor" e agora estes.

Todos belíssimos.Não faço mais parte do Orkut, por isso, acho não consegui postar lá no Bar.

Emocionantes todas, Aqui o poema "sem Aviso, é puro prazer na arte de escrever!

Belíssimos!

Beijos

Mirze

Anônimo disse...

Simplesmente deliciosas suas palavras, Celso.Um vício bom esse!!!rs

Beijinho.

Anônimo disse...

Acabo de o conhecer e saio inebriada pelo fluido da sua palavra.

Forte! Voraz! Sublime!

Esse poema é uma imensidão...

Não foi à toa que você o reeditou, jamais li uma metalingaguem tão bela!

Passado o seu sufoco, visite-me.

Beijinho!

Luiza Maciel Nogueira disse...

parece-me um caso de paixão, ótimo poema que aos poucos se verte em descoberta

beijos

Joelma B. disse...

sou viciada em sopros... e absinto-me no prazer de trilhar vozes como a tua...

Beijinho com admiração, Celso poeta amigo!

Sandra Subtil disse...

é assim para mim a tua poesia:
"intensa
inebriante
fluida"


Lindo.
Beijo

Unknown disse...

O poeta ouve rumores das águas e percebe silêncios dentro da noite sonhando manhãs.

manuela barroso disse...

...mas não te demores muito!
A tua poesia é imprescindível neste mar seco onde as ondas são monótonas, deixando a praia seca tempo demais!
...e fica-se embriagada com tão volátil perfume poético!
E nas mãos, fica a saudade de mais!
Fraterno abraço, querido amigo Celso

Lucas Holanda disse...

Aqui, absinto-a contigo...
espero que não sejas ciumento em teu lirismo.

Daniela Delias disse...

Palavra fluida...e linda, e linda!
Bjo

Jorge Pimenta disse...

defronte do espelho, quebram-se as máscaras e absinto-me cinza e inocência - vício, [a]final.

soberbo, querido amigo celso!

um abraço!

Suzana Martins disse...

Chegou em mim nadando em sentimentos voláteis.
Tocou em minha derme arrepiando os sentidos e regendo olhares de um sonho...
Embriago-me com o aroma que exala dos seus cabelos e perco-me, inebriante, dentro de sua voz.

Beijos

Anônimo disse...

Relendo e Haurindo...

Beijinho!

Menina no Sotão disse...

Posso ficar aqui respirando fundo, sentindo tudo passar pela pele e indo em busca do meu avesso?

bacio

Batom e poesias disse...

O título já é um poema!

Também ando ausente e abstinente, mas não resisti e tive uma recaída.

Cá estou a me embriagar de poesias novamente.

Bjs doutor
Rossana

Weslley Almeida disse...

"Absinto-a" - o êxtase do poema para mim.
Esse jogo de linguagem e de sentidos causando intensidade poética...
Saudações, poeta!


p.s.
Quero convidá-lo a enviar poemas p/ o jornal que participo JORNAL FUXICO:
http://www.uefs.br/nit/site/jornal.html
Caso tenha interesse, mande alguns poemas seus p/ fuxicojornal@gmil.com e o seu endereço p/ enviarmos um exemplar.

Abraço, Celso!

Fátima disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Ira Buscacio disse...

Já em crise de abstinência, eu andava a procura das palavras roucas, o vício me acelerava os olhos, até que inalei-o no absintismo necessário.
Alucinógeno!
bj

OceanoAzul.Sonhos disse...

Embriago-me em tuas palavras, sempre meu amigo... excelente!

beijos
cvb

disse...

Se todo vício começa com uma sensação de prazer, já me viciei neste blog ao ler esse poema. Lindo!

manuela barroso disse...

E nas volatizações do tempo, só um abraço se não volatiliza. Aqui o deixo!
Bjis, querido amigo , Celso

carmen silvia presotto disse...

Ab-sintas e voamos em teu sentir... que poema!

beijos, boa semana Celso.

Carmen.

Andrea de Godoy Neto disse...

devidamente bebido o que é fluído de palavras que vertem e embriagam...

adorei a cadência desse poema, tem ritmo e leveza

(sinto prazer, acho que viciei...rs)


beijo pra ti, Celso!

Tiago do Valle disse...

Viva a fada verde da inspiração que resultou em Absintismo. E Sem Aviso dilatou as pupilas, mas você nunca dá bad trip, Celso. É sempre bom pra caramba na sua arte, na sua poesia. Gosto muito do seu estilo.

Cris de Souza disse...

poesia assim vicia...

traguei com prazer!