sábado, 10 de abril de 2010

Sobre raízes e uma luz


Pessoas sem face se repetem
em casas sem cores
e ruas sem caminhos
onde procuro esperança
numa saída secreta.

E sempre a velha sensação
de que o vento tenta me engolir
e a mesma fenda insiste em se abrir sob meus pés.

Alço voo,
mas aqueles dias,
que já não mais existem,
sugam-me.

Raízes rasgam
paredes
a prender-me as asas
em muros fincados no passado.

Outra vez
meu olhar
mira a estrela,
bela,
que diz me esperar.

Ando perseguindo uma luz que não me cabe;
ela pertence aos meus sonhos.

(Celso Mendes)

2 comentários:

Anônimo disse...

Sua poesia me comove, Celso. Maravilhoso te ler!

Beijo! =)

Celso Mendes disse...

Obrigado, Lara. Sabe bem que nada mais gratificante para quem pretende fazer um poema do que ele toque um leitor, da maneira que for, mas que seja sentido.

Um beijo. =)