terça-feira, 30 de março de 2010

O gosto do vácuo


um momento
transverso
percorre-me a espinha

sinto os passos
marcados
ritmados
dissipando-se
num ir sem olhos de guardar lembranças

agora o vácuo

o limiar da dor
vagueia
perigosamente
na fronteira da minha sanidade

percorro um trajeto sem chão
e me despejo na saudade

(Celso Mendes)

5 comentários:

Lídia Borges disse...

Identifico-me com este canto.
São os passos "sem chão" a "saudade" e o "ir sem olhos de guardar lembranças" que nos impelem de encontro ao desconcerto do mundo que nos rodeia ou ao nosso próprio desconcerto.

Um beijo

Celso Mendes disse...

Obrigado, Lídia, pela presença, leitura e comentário.

Beijo

Sandra Subtil disse...

Intenso, sentido, lindo!

Celso Mendes disse...

Obrigado, Sandra. Fico feliz com seu comentário.

Um beijo.

Josette Garcia disse...

Que maravilha, Celso... Muito bom ler sempre! abraços