o vinho bate vermelho em minha ideia anoitecida
a madrugada flui seu sereno em telhados embriagados
palavras flutuam consignadas no silêncio da bruma
a sombra conforta o sono das cores adormecidas
e meus olhos
mentindo-se impassíveis
registram o reinado das mariposas
(Celso Mendes)
22 comentários:
esse primeiro verso surgiu em um comentário que fiz de um poema de Marceli Becker, autora que adoro e ler. depois disso, só isso aí...
No reino das mariposas a sombra e a luz dançam embriagadas...
Lindo!
Um beijo
Celso, obrigada por sua visita ao Sede em Frente ao Mar.
Se o ponto de partida dessa poesia foi o que se comentou de um poema, então se sabe a vínculo lírico que a beleza se disseminou. As paisagens de aqui estão fecundadas com vinhos, olhos e mariposas que reinam sobre a noite e o sono. Gostei demais! Um abraço,
Celso, dois fascinados por mar Becker, gosto dela demais.
Quanto ao teu poema, ao ler dá para sentir uma embriaguez que nos fascina.
abraços
Celso
Vinho... "versus"... luz...
Linda embriaguez poética!
Bj grande, meu amigo!
No meu caso o vinho dá "branco" (uhun) e isso me deixa em uma posição tão confortável de pré amnésia alcoólica...rs
Um beijo, Celso.
"a madrugada flui seu sereno em telhados embriagados"
Todo o poema é da melhor safra... mas o sorver dessa imagem em verso me embriagou completamente, Celso!
Beijão.
Não por ter surgido da leitura de um poema desta que vos escreve (hahahaha), mas o primeiro verso, "bate vermelho em minha ideia anoitecida", é demais...
A tua poesia propõe primeiro uma suspensão da realidade: embriaguez. Depois, o segundo movimento, uma ÊNFASE, um olhar com lupa, o que percebo no último verso: "registram o reinado das mariposas".
Muito bom, é poema-cena, poema-cinema...
Beijo,
Mar
esses flashes, diria instantâneos poéticos, transmudam a paisagem ébria
grande abraço
p.s. vou ver o poema que deu origem
Teus versos embriagam,
flutuo aqui nesse início de noite
a imaginar a dança das mariposas...
Que lindo, Celso!
Um beijo!
caralho. falou por mim
excelente, meu caro senhor.
Vinho que bate vermelho, idéia anoitecida, telhados embriagados, palavras que flutuam e cores adormecidas nunca me fariam tanto sentido, fora da sua poesia. Você manipula as palavras com exatidão científica... A ciência da subjetividade humana.
absolutamente incrível este corrupio
de sensações que a paisagem, em viés ébrio, pontua diante do olhar poético.
um brinde à poesia, querido amigo!
abraço sentido!
Meu caro... Que imagens fantásticas traçadas nos seus versos!
Eu me seti no lugar da imagem poética.
Pensar na embriaguez dos telhados nos serenos e do sono das cores na sombra - só mesmo um poeta. :]
Abraço!
adoro mariposas principalmente depois de ler Castanheda, pra ele elas indicam sempre um sinal/são mágicas. E esse reinado deve ser repleto de magia! :)
beijos
Alguns autores proporcionam uma experiência estética do sentido que fascina. Vc é um deles.
Bom demais ler-te!
Beijos
Olá querido.
Amo te ler, querido, pois vou junto com as suas palavras.
Belíssimo.
Beijo
Uma ideia anoitecida que fica iluminada com tão bela prosa poética.
Bji, Celso
Quero post novo teu, moço.
Faz?
Um beijo.
Ah, Luna, ando trabalhando muito e com tempo escasso. Pra piorar, perdi meu pendrive onde tinha vários rascunhos e esboços, justamente para usar nessas horas de aperto. Aí desanimei de vez...rs Mas já estou me reorganizando!
beijo.
Ah, que coisa chata, Celso, lamento.
=\
Deve ser péssimo perder esses "guardados".
Um brinde, amigo!!!
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