segunda-feira, 29 de março de 2010

Presque vu


no momento em que a mente exige
essa busca do olhar
que se perde em paredes
ou se afunda na madeira da mesa
transfixa matérias
e se esvai entre imagens e sons
ao tempo exato
em que passos morrem na sua nascente
percorrem meu abismo mais frio
e pisam, descalços, nos mesmos cacos de sempre
sangrando-me os pés
é nesse instante que o movimento inexiste
que desejo do teto meu chão
que arranco minhas asas
e as devolvo ao demônio

(Celso Mendes)

5 comentários:

Flá Perez (BláBlá) disse...

pqp, que final!!!!!!!!



bjbjbj

Lídia Borges disse...

A reflexão "que se perde em paredes
ou se afunda na madeira da mesa
transfixa matérias"...
O que fica é o desalento, uma incapacidade de voos "sãos"

L.B.

Celso Mendes disse...

Obrigado, Flá! Obrigado, Lídia!

Suas visitas muito felizes me deixam...

Anônimo disse...

Uma hora a gente cede...

Uau! Muito bom!

Beijo.

Celso Mendes disse...

Todos chegamos ao limite por vezes, não é Lara?

Beijo, amiga!