porque há silêncios que criam, silêncios que destroem e aqueles que apenas aguardam
bem sinto o bater das palavras
— querem sair —
este silêncio
infla um vazio quase inexpugnável
que corrói-me dentes
e língua
engaveta-me a alma
e meus verbos
desatina meus rubros
e língua
engaveta-me a alma
e meus verbos
desatina meus rubros
mas a poesia persiste
subsiste calada
latente
a latejar cada pulsar
latente
a latejar cada pulsar
(Celso Mendes)
7 comentários:
O som,
as coisas podem calar.
Mas o silêncio
expressa-se
através da poesia.
Abraço carinhoso, Celso!
...e por isso esse silêncio se ouve tão longe, mesmo que abafem as sílabas na arritmia das palavras.
Saudades, querido amigo Celso.
Um mal necessário, essa ausência de palavras. Não há como nos apossarmos delas, têm seu próprio hiato. Precisa-se de tempo/vazio para assimilar o caos.
Li várias coisas bonitas por aqui hoje, Celso. Me atualizando...
Grande abraço.
Tão pulsante é teu poema que as palavras saltam até nós rompendo o
silêncio, preenchendo o vazio!
Beijo, poeta querido!
Gostei muito!
E não é que é mesmo assim?
Perfeito.
Bjs
Rossana
Ler-te é um privilégio. Beijos
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