sábado, 21 de junho de 2014

Latências

porque há silêncios que criam, silêncios que destroem e aqueles que apenas aguardam

bem sinto o bater das palavras

— querem sair —

este silêncio infla um vazio quase inexpugnável
que corrói-me dentes
e língua
engaveta-me a alma
e meus verbos
desatina meus rubros

mas a poesia persiste
subsiste calada
latente
a latejar cada pulsar

(Celso Mendes)

7 comentários:

marlene edir severino disse...

O som,
as coisas podem calar.
Mas o silêncio
expressa-se
através da poesia.

Abraço carinhoso, Celso!

manuela barroso disse...

...e por isso esse silêncio se ouve tão longe, mesmo que abafem as sílabas na arritmia das palavras.
Saudades, querido amigo Celso.

Anônimo disse...

Um mal necessário, essa ausência de palavras. Não há como nos apossarmos delas, têm seu próprio hiato. Precisa-se de tempo/vazio para assimilar o caos.

Li várias coisas bonitas por aqui hoje, Celso. Me atualizando...

Grande abraço.

cirandeira disse...

Tão pulsante é teu poema que as palavras saltam até nós rompendo o
silêncio, preenchendo o vazio!

Beijo, poeta querido!

Valeria Soares disse...

Gostei muito!

Batom e poesias disse...

E não é que é mesmo assim?
Perfeito.

Bjs
Rossana

Dolce Vita disse...

Ler-te é um privilégio. Beijos