sábado, 12 de novembro de 2011

Breves reflexões sobre o imponderável existir


Renovação

é na descontrução das coisas
na demência do pólen
e do sêmen
na incontestável efemeridade
de cada pele
de cada pétala
que se nos afronta
a vida

(Celso Mendes)

Física

pedaços
de luz
caindo
sob um olhar
sempre me enternecem

[viver é interagir energias
captá-las, essencial]

(Celso Mendes)

Sem escolha

inevitável
cada minuto
insofismável
cada mudança
indescritível
cada pulsar

e a vida bate na cara

(Celso Mendes)

23 comentários:

Daniela Delias disse...

Os três são lindíssimos...ando pensando tanto nisso, e tu falas desse jeito tão lindo!
Bjão, saudade!

Efigênia Coutinho ( Mallemont ) disse...

Aqui cheguei pelo Facebook, e devo dizer , estou maravilhada, você é um poeta nato, que deslumbramento ler "Breves reflexões sobre o imponderável existir
" . Meus cumprimentos,
Efigênia Coutinho

OceanoAzul.Sonhos disse...

Renovamo-nos a cada olhar, essencia
a cada palavra, alimento
que fazem pulsar vidas.

Imensas, as tuas reflexões.

Abraço meu Amigo.
oa.s

Adriana Riess Karnal disse...

Pois é ,Celso, cada minuto é mudança: uma esquina dobrada, uma luz apagada, uma porta fechada.Não há escolha, mudar é inevitável.

Joelma B. disse...

a vida está em constante sublimação...

adorei!

Grata pelos sorrisos deixados no Luz! Volte sempre...rs!

beijinho com admiração, Celso!

marlene edir severino disse...

Nossa, Celso... Dose tripla!

E amei todos de cara! E cá dentro,
sorvi, um a um.
E sabes que gosto dessa coisa de falar do instante, tenho tentado viver com intensidade: de sentidos mesmo, no simples ato de respirar...

Sempre, sempre bom te ler, querido amigo poeta!

Beijo!

Tiago do Valle disse...

Breves reflexões que se complementam, Celso. Concordo com cada grito em verso. Sua poesia, como sempre, única! Medico em Itapira... Se fosse psiquiatra, talvez a gente já tivesse se conhecido rs!

Cris de Souza disse...

trilogia vivíssima!

no sentido dos seus versos direciono o meu olhar.

beijo desta impaciente, doutor da lira*

Anônimo disse...

Putz! Minha leitura foi se "despetalando" angustiosamente para culminar com a secura de: "e a vida bate na cara".
E a "física" se colocou no meio, deixando um rasto de luz e (não) dizendo o essencial...
Muito bom
Abraços, Celso

Jorge Pimenta disse...

celso,
que estranho! venho passando por aqui regularmente e não encontrava nova postagem. hoje, subitamente, vejo-a aqui com a data de 7 de novembro. este servidor continua a pregar-me partidas.
três! três sequências que não pretendem explicar a vida, mas apaziguar a nossa relação com ela. assim é a suprema poesia; mais que explicativa, é a válvula que bombeia o sangue um pouco por todos os canais que o pólen e o sémen um dia fizeram nossos.
um abraço, querido amigo!

Celso Mendes disse...

Além de agradecer a visita de todos, aliás, ilustres visitas, esclareço, meu caro amigo Jorge Pimenta, que realmente estava errada a data da postagem. Então não era o seu, mas o meu servidor ou o blogger a enlouquecer. Mas já corrigido o erro, só percebido ao ler teu comentário.

Abraço a todos.

Unknown disse...

a vida a nos afrontar: sólida, líquida, gasosa. e nós a tecer os fios da existência a cada pulso ou quasar,


abraço

Menina no Sotão disse...

Vivo pensando nisso esses dias. E se eu tivesse ficado lá sentada, esperando acontecer ao invés de seguir os caminhos que gritavam por mim.
Enfim, aceitei o passo e fui adiante...

bacio

Ricardo Mainieri disse...

A poesia que reflete sobre as vicissitudes da vida mostram a maturidade do poeta.
Numa linguagem ágil e reflexiva vc. nos traz substãncia para pensar.

Abraço.

Ricardo Mainieri

Lídia Borges disse...

Três poemas que nos cativam. Reparei que nos títulos temos a súmula de um princípio que deveria presidir às nossas vidas. É que da renovação física depende muito a renovação emocional e espiritual:

Renovação [F]física [S]sem escolha

Um beijo

Unknown disse...

Celso!

Maravilhosos passei aqui sentindo e lendo da "renovação à sem escolha".

Só posso agradecer, poeta!

Beijos

Mirze

Luna Sanchez disse...

Oba, prazer triplo te ler assim, Celso!

A efemeridade da vida é a única certeza que temos e é contra o que mais lutamos all the time.

Escrever, por exemplo, é uma tentativa (linda, por sinal) de driblar o tempo e a finitude das coisas, de se eternizar.

Beijo grande, grande em ti, moço querido.

Batom e poesias disse...

Triplamente reflexiva.
Seu trio me remeteu à muitas canções.
Escolhi um versinho da Angela Ro Ro:

"A vida é bela
Só nos resta viver"

bjs
Rossana

rauau disse...

bonito, amigo Celso, bonito!
Abraço
Raul

Luiza Maciel Nogueira disse...

Maravilha Celso! Belos poemas, belíssimos. De uma construção originalíssima!

Beijos

Roberta disse...

Celso, adorei! Dos sentidos advindos da leitura às 'estratégias' poéticas (como o passadismo em cousas que reforça a palavra e a ideia seguinte: demência), passando por imagens que encantam (pedaços de luz caindo sob um olhar); o necessário despudor em nos mostrar que apesar do enternecer, de ser essencial viver, a vida bate na cara. Os cortes também... tudo MUITO bom e belo e árduo!
bjo,

Fátima disse...

Bom dia Celso,

Gostei de todos.
Efemeridades que nos afrontam a vida.
Lindo!!

Beijo meu

Cesar Veneziani disse...

Fã incondicional de poeta, amigo e irmão!