navego
por entre areia e fumaça
a deslizar as lágrimas
e o fogo
dos não olhares.
as águas nas fatigadas asas
buscam teu porto;
comigo
o peso de mágoas,
alguns cacos,
poucos sonhos
e a mudez das pedras pensantes.
palavras
apenas
pegadas
(rastro
de pó
em oceano).
a ti,
que me esperas
e me desconheces,
ofertar-te-ei
o meu mais belo silêncio
e este vazio onde descanso
para partilharmos
sós.
(Celso Mendes)
21 comentários:
Há tanto que se desconhece pelos portos silenciosos,
edifícios calados
pensares não concretizados.
Reflexão
beleza
brilho.
É assim tua poesia.
Parabéns, bjus.
Deah!
Obrigado, Dhea!
Esse poema foi uma réplica a um que me foi oferecido por uma amiga e poetisa, que além de tudo foi a editora de meu livro, Trajetórias (Larissa Marques). A ela foi dedicado e por isso existe aí algumas particularidades, mas o que sempre importa é o que se sente ao ler. Por isso o postei aqui também.
Larissa ganha, assim, inúmeras faces, inúmeros nomes, porque as particularidades, na poesia passam a ser entre o poeta e...o mundo? :-)
Belo poema, Celso...
Beijos,
É o que penso, Tania! Pode até, em algumas situações (não tanto aqui) paracer hermético ao leitor, mas quem tem sensibilidade sempre capta algo para si. Obrigado, amiga!
Beijo.
Navego num mar estranho palavras conhecidas de um poema que toca a alma. Navego entre as ondas de um papel que desperta em mim sensações sublimes!!!
Beijos
Cheguei até aqui por ser apaixonada em poesia e por indicação da Lara, de quem já sou fã!
Realmente a força dos teus versos surpreendem pelo ritmo dado e simplicidade dos sentimentos, onde conseguimos nos identificar.
Aqui o que me prendeu foi o (vazio compartilhado)...
E se der uma olhadinha no retrovisor já estou te seguindo!
Abraços.
Aline Morais Farias
BLOG: Periódico Subversivo
http://alinemoraisfarias.blogspot.com/
Celso,
uma dor profunda que eu compartilho na beleza de sua poesia.
Para escutar o silêncio, há que se calar,
calar profundamente
Aceito teu "belo silêncio e este vazio"...
Adorei teus poemas!
Um beijo
Marlene
Um eco mudo
no oco do mundo
reverbera.
O silêncio, por vezes, pode ter amplos significados.
Abs.
Ricardo Mainieri
Celso, gosto muito da forma como vc se expressa. Seus poemas têm sempre uma carga imensa de sentimentos e eu fico encantada com isso. É leve, mas é denso... é forte, mas sensível. É na medida certa do que é de fato poesia. :)
Parabéns!
Beijos
Maravilhoso este dizer ternura.
Um beijo
Com um vazio desses que relembra os não olhares, a poesia se preenche.
Grande beijo.
Adorei, profunda e bela imagem que desenhas!
Ja vou caminhando lado a ti... E homenageando teus comentaristas!!!
http://kiroamiga.blogspot.com/2011/03/blog-sentidos-e-direcao.html
Com carinho, Kiro!
^_^`
Partilhar o vazio deveria ser bom? E receber de presente o mais belo silêncio ofertado?
Estou cismada...
:)
bj
Rossana
celso,
vislumbro correntes de melancolia numa voz azul recortada pelos veios da palavra. entre silêncios e portos-por-descobrir, a viagem, essa eterna companheira do poeta.
um forte abraço!
Nem todos os silêncios são mudos...Grande abraço e boa semana.
Pois que satisfação me toma ao ver tantas visitas ilustres ao meu blog. Muito obrigado a todos!
Celso, as palavras minerais em tuas mãos ganham formas incríveis!
Impressionam várias imagens do poema, mas destaco esta:
"rastro
de pó
em oceano"
Aplausos, poeta.
este mar de oferendas é abissal,
abraço
Celso, vim de voo em voo, pousei em sua escrita e adorei o que li. Um mar onde navega poesia.
Parabéns.
OA.S
Celso,
Sempre fascinada pela sua poesia, visualizei facilmente “a mudez das pedras pensantes”!...
E o seu poema me fez lembrar uns versos meus:
... Mar vasto em que me perco...
e divago,
exploro,
extravaso!
Olhar de calmaria,
de mar longínquo e vago...
Que esconde uma ilha
e aporta o meu barco.
E em que,
a algumas milhas,
naufraguei,
em mar bravo!
Olhar manso,
um remanso...
minha enseada,
um lago de afago,
minha praia molhada!
Saudações poético-marinhas :)
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