tenho percorrido mundos que não me pertencem
já trafeguei escuros e luzes
a transfixar auras indivisíveis de meus demônios
por entre oníricos corpos celestes
seus totens e meus tabus
perdi-me em abismos
de onde nunca mais parti
planei por saídas que aprisionavam
rompi meus silêncios de aço
ousei sorrisos
sufoquei milhões de prantos
e agora sinto
o cansaço das asas que migraram
léguas e léguas
vida pós-vida
pois hoje eu não queria voar
hoje
eu só queria
pousar em teus olhos
e adormecer
(Celso Mendes)
31 comentários:
Um dia nossos olhos também se aconchegam e buscam o pouso.
Um dia se constata que o mundo, do lado de fora,
não nos dá a sabor de "lar"
onde nos sentimos seguros,
onde a proteção nos é inteira
e plena.
Belo, meu amigo!
Parabéns! Ótimo dia"
Andrea Cristina
Era só o que queria... Pousar nos olhos de outono, galhos secos, alma crua...
Queria um beijo gelado, em uma manhã de orvalho, um ATÉ LOGO... esbarrando-nos a qualquer rua...
Ah! era o que eu queria...
^_^•
há olhos que atiçam enquanto adormecem,
abraço
Celso, venho deixar a minha admiração.
Este poema tem sabor a vida e a ternura.
Um beijo
Tocante, Celso. Muito lindo isso!
Beijo.
Adormecer,
e cair na sombra dos nossos pensamentos.
beijos
Depois dessa espécie de alforria, o descanso para a asa...
(seus totens e meus tabus - soa como música!)
Abraços.
eu tbm queria... mas eu sei que um dia meus olhos encontrarão os dele novamente.
bjs, querido.
Um justo repouso para as asas,
que agora pousam
na profundidade de um certo olhar...
E que tenha bons sonhos!
Um beijo, Celso
Marlene
Hoje eu não queria voar,
hoje deixo as minhas asas guardadas em baús de saudade, e de versos.
Há cansaços dentro de mim, que as letras não traduzem...
Há cansaços! Não há asas!!!!
Lindo, lindo e lindo!!!!
Amo demais as suas palavras!!!
Beijos
Celso, é na ternura que desenboca as águas cansadas....absolutamente belo e terno o poema!
Beijos,
caro celso,
nestes campos agitados pela letargia há olhos que enfeitiçam desejos. o amanhã faz-se de sono e sonho. invariavelmente.
um forte abraço com asas!
Eu sempre digo que quando a poesia me causa silêncio é porque ela tocou muito mais que a pele. Acabo de chegar e estou com vontade de ficar, por isso, vou voar por aqui para ver o que minhas asas encontram. bacio
Obrigado, Dhea! Feliz com sua presença aqui...
Kiro: e quem não quer não...rs
beijos, meninas
Caro Assis, é uma verdade, amigo...
Abraço!
Larinha, minha querida, sou muito grato pela sua presença constante aqui, pelas palavras, sempre gentis, e pela divulgação que tem feito de meu blog. Muito obrigado, amiga!
beijo grande.
Lídia, grande poetisa, é uma lisonja e um incentivo suas palavras...
beijo.
Sim, Sandrio, adormecer e continuar o sonho...
Abraço!
Katyuscia, que tanto me inspira com seu belíssimo blog, fico muito feliz com seu destaque. Tenho uma certa fixação por totens e tabus (Freud explica, rs). Tenho até um poema, já publicado, chamado Totem.
beijo e obrigado!
Enctrarão, Lê! Beijo, querida!
Marlene, que bacana sua presença aqui. Obrigado, amiga!
beijo.
Suzana, sabe que é por aí mesmo... há coisas que se sentem apenas. Há cansaços que não são físicos nem mentais. Premências que não se explicam...
beijo!
Tânia, fico muito contente que tenhas aterrissado por aqui. Torna meu espaço muito mais rico e com um toque roxo-violeta.
beijo.
Jorge, as mesmas asas que repousam haverão de amanhecer prontas para muitos novos voos. E pousarei muitas vezes no teu espaço, que já percebi ter fonte onde se bebe da poesia que me sacia.
Abraço grande!
à minha nova amiga, Menina do Sótão, só posso agradecer de coração sua visita...
beijo!
Celso, conheço esse "cansaço das asas que migraram léguas e léguas"...
Poema belíssimo!
Bjs
Rossana
Olá, Celso. :)
Menino... que maravilha de poesia! Um dos poemas mais lindos que já vi por aqui! Amei isso:
"hoje
eu só queria
pousar em teus olhos
e adormecer"
Divino... perfeito!
Beijos meus...:)
Você já ouviu na tv o termo "Isso é muito penalti"????
Pois é....isso aqui é muiiiiiiiito poesia!!!!
Um pouso poético perfeito...
Queria pousar os meus olhos,
em tua imaginária presença,
sentido divino,
em tuas asas cansadas,
passeio por entre pélatas,
suaves são tuas mãos,
repleta de teu cálice de versos...
luzes e sombras
marcadas pra sempre...
Sem palavras para definir a beleza de teus versos poeta. Lindíssimo, parabéns!
Grata sou por tua presença constante em meu cantinho, e por tuas palavras que pra mim são sempre um incentivo. Beijos!
Celso, belíssimo poema, parabéns.
Abraço
OA.S
Fico em silêncio, só sentindo tuas palavras repousando entre os meus olhos. Fascinante, poeta.
Um beijo,
Ana M.
Postar um comentário