sexta-feira, 18 de março de 2011

A cor do remédio


Hoje amanheci chovendo.

E a mesma garoa fina, que me acinzenta os ossos,
também descolore minhas retinas
e escurece-me a voz úmida,
que nem é mais rouca
posto emudece,
solitária.

Minha angústia se cerca de pessoas em preto e branco.

Mas, no corredor sombrio
dos que esperam por socorro,
um sorriso de cabelos vermelhos
salva minha vida.

(Celso Mendes)

12 comentários:

Celso Mendes disse...

Um já antiguinho, só pra relembrar...

Anônimo disse...

Celso, poemas com incógnita, com um corpo por dentro entreaberto apenas pelos olhos que o poeta permite, são sempre bons poemas.

O vermelho no sorriso a poder ser sangue, a poder ser pétalas...

Grande abraço.

(E tenho que lhe agradecer a generosidade incondicional com que comenta meus posts. É um grande incentivador!)
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Katyuscia

Ricardo Mainieri disse...

Vim conhecer teu blog e me vejo diante de um poeta maduro, que sabe retirar as arestas das palavras edar-lhes seu brilho próprio.
Aproveitei e me cadastrei como teu seguidor.

Abraço gaúcho.

Ricardo Mainieri

Josette Garcia disse...

"Nunca sei quais as mais belas, mas esta, com certeza, é uma delas!" Josette Garcia
http://josettegarcia.blogspot.com/

Onde Pousam as Borboletas disse...

Há dias em que acordamos em tons monocromáticos. E permanecemos com passos estáticos mesmo que nos direcionemos para algo ou além.

Teu "cantinho tem magia". Uma magia necessária a aquele que tem na poesia seu alimento, seu sustento de cada dia. Parabéns, bjus!

Andrea (DeahCristina)

Lê Fernands disse...

abri um sorriso quando li o motivo de sua salvação.



gde bj meu.

dade amorim disse...

Bonito e com passagem para a alegria.
Gosto dele.
Abraço.

Suzana Martins disse...

As suas gotas de palavras e suas cores em letras, traz para minha chuva um delicioso aroma de sorrisos...

Beijos

Lídia Borges disse...

"Hoje amanheci chovendo"

Por este poema inteiro, por este verso em particular, eu lhe agradeço.

Um momento colorido na sombra e dia sorri.

Um beijo

Luna Blanca disse...

No fundo de cada alma há tesouros escondidos que somente o amor permite descobrir.

Anônimo disse...

Das coisas que nos secam a umidade fria.
Belo!

Beijo.

Milene R. F. S. disse...

Que lindo poema Celso! Hj estou como vc nele... também chovendo, um tanto triste, saudosa... mas não encontrei nem cabelos ruivos, nem cabelos negros ou loiros para me salvar, rs. Beijos.