eu tenho uma saudade circulando nas veias
saudade que gira, que me entontece
uma saudade que me compõe
que se me impõe
fora de mim é frio
o amor que esquento entre as vísceras
escondo das hienas
fora é frio e o vento fere
pele sobre pele
enquanto minha poesia se dissipa
eu tenho uma saudade que me assusta
e que me aquece
uma saudade no sangue
rubra
amarela
furta cor
da cor que eu pintar
e tenho as cores que quero
e as que não quero
cá em mim
fora é frio, mas tem os lábios
sim, os lábios
tem os lábios que me banham
e das certezas que não tenho
acomodo-as num ventre quente de mulher
aconchego-me
e assim rasgo o tempo que vi
canto horas que ouvi
carrego dias
acalanto magias
(Celso Mendes)
13 comentários:
"fora de mim é frio". Muito bom Celso! Abraço!
Da saudade que se faz presença circulando nas margens da dolorosa ausência.
Muito bonito!
Um beijo
Eu tenho uma saudade em mim que faz feliz, que me deixa nostálgica, que me entristece. Eu tenho uma coleção de saudades que brinda em mim momentos perfeitos.
Tenho uma saudade do cheiro da vontade de sorrir e viver...
Tenho saudades em mim!!!!
Beijos....
Obrigado, Cervan, Lídia, Suzana...
É bem por aí mesmo Suzana, o que eu queria expressar nesse poema.
Abraços a todos!
saudade e texto fluidos...
lindo!
Obrigado, Ana! Fico feliz por ter gostado.
Beijo.
caro celso,
a saudade faz morada na pele de todos aqueles que um dia se entregaram a alguém. no carrossel das sensações por ela impostas - ora frio polar, ora calor tropical - escondem-se as dúvidas maiores: saudades de quê? do que passou ou do que nem sequer chegou?
um forte abraço, poeta! é um prazer estar por aqui.
Jorge, fico muito feliz com a presença de um poeta de teu naipe por aqui.
Grande abraço!
Querido Celso! Que lindo o teu poema...aproveito para agradecer as tuas doces visitas lá no blog! Tem faltado tempo pra estar mais presente nos blogs amigos...bjão, com carinho.
tive uma saudade quase indomesticável, mas dei um jeito nela!
rsrs
bjsmeus
Há saudades que não se domam muito fáceis e há aquelas que queremos guardar pra sempre...
Daniela e Fernand's, grato pelas presenças.
Beijos.
A saudade que faz morada, adormece, se alimenta e volta, volta cada vez mais forte. Ah saudade, se eu pudesse matar pelo menos um pouquinho de ti, em cada ida e vinda.
É um grande prazer tê-lo no meu blog, sempre tão presente. Obrigada pelas suas visitas.
Um abraço forte divino poeta,
Ana M.
Obrigado, Ana. Ler-te é um prazer e fonte de inspiração.
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