aniquilar o vácuo com palavras pérfuro-contundentes
impactar silêncios plúmbeos, machucá-los
retirá-los dos galhos mais altos
do inconsciente mais fundo
do limbo, de um palmo de mão
mergulhar segredos repleto de odores
expor nos calos da língua o veneno
a rubra saliva do verbo rasgado
a pingar em fornalhas de abismos
o sangue do idioma lambido na faca
exprimir toda eloquência do advérbio
enquanto o peso de um verso
se perde
e flutua oceanos
em asas de unicórnio
arrancar a poesia pela raiz
(Celso Mendes)
10 comentários:
Arranquemos a poesia pela raiz e dividamos um com o outro...Certo? Grande beijo, poeta...
Divido com todo mundo que quiser. Quanto mais poesia melhor... Beijo, Carla!
Arranquemos e plantemos poesias, seempre!!!
Beijos
Plantamos, regamos e depois colhemos, nem que seja pela raiz, Suzana...
Beijo
Alado foi uma boa escolha de nome. Os versos flutuam, a lirica viaja no plano mais alto da poesia e a poesia nos faz voar
Obrigado, Jaime. Um prazer contar com sua leitura! Abraço!
arrancar a poesia pela raiz
faz a gente sangrar!
Sangrar palavras e sentimentos é a intenção, não é, Fernand's?
beijo
Talvez seja a forma mais bonita de colher, plantar, arrancar alguns sentimentos. O desembrulhar do que consome, nos faz melhor a cada poesia. Alivia quando solta!
Um forte abraço, poeta.
Ana M.
Fenomenal este poema, Celso. Nem que as palavras alcancem objetivos, até os inimagináveis, elas nuncam serão tão leves, que se deixem flutuar, voar, assim como em versos da poesia.
Belíssimo!
Um abraço,
Celêdian
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