Suas mãos descamam camadas de lembranças
Seus olhos não secam
O brilho do não é infinito
Mas nada acabará pra você
Console-se pelo já perdido
Esquecer não faz parte do jogo
Também não queira saber além de seu tempo
Tente, apenas continue
Uma boca no deserto
Três dias para compreender
E uma vida para esquecer
Não tem sentido?
Então experimente não saciar a sua sede
Todo segredo é segredo
Todo presente é uma revelação
Toda verdade é relativa
Cada pele tocada, uma textura
Cada carne que morda, um sabor
Sinta, saboreie, guarde
Hipocampo e papilas gustativas existem para isso mesmo
Remeta ao vazio vez ou outra
Mas não fique muito tempo sem mim
Ah, eu sempre achei que a vida começa aos cinco
Lembra?
Estava errado
Continue contando as luas, as balas, os sorrisos
Mas saiba que é bobagem memorizar a contagem
Volte a pisar apenas nas pedras claras
Para não queimar os pés nas escuras
É divertido
Salte nuvens novamente
Se cair, já sabe o que é um ralado
E que a dor é preciso, é fundamental
Acho que devíamos caminhar um pouco
Quem sabe encontremos a praia outra vez
(Celso Mendes)
CONVERSA-RESENHA COM AMANDA VITAL
Há um ano
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