terça-feira, 17 de agosto de 2010

Esconderijo


neste agora
em que as asas me pesam
o rastro se perde
o chão me abandona
dispo-me das cores
e me acomodo na solidão

deste escuro que busco
queria uma calma
que não me alcança

desta luz que renego
permanecem sombras
que não consigo apagar

em minha mudez
guardo o silêncio do mundo

fecho os olhos
junto cinzas
refaço-me lentamente

um dia volto

(Celso Mendes)

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