fecunda-se o poema
cresce a substância primária da língua
a condição incorruptível do talvez
e a geometria do vazio se arremete
ante a luz
é ainda no escuro que descansa a imagem
que repousa o verbo
que se abranda o inferno
e que todos os cacos de ternura confluem
em um só oceano
de relâmpagos
e é na sinapse que a faísca insiste
e no princípio é que germina o fim
(Celso Mendes)
5 comentários:
Excelente, meu caro! Simplesmente excelente!
Tão profundo e ao mesmo tempo, sintético. Belíssimo! Sempre muito bom ler-te! Beijos
Tão simplesmente verborrágico de sínteses.
Tão simplesmente verborrágico de sínteses.
Talvez, se não existisse aquele medo de fantasmas, (quase atávico) pudéssemos perceber quantas vozes tem o silêncio, e quanta luz existe na escuridão. Mas o medo de descobrir-se a si mesmo, via de regra, impede as pessoas de conviverem com outras vozes que as habitam. És um poeta que conhece bem essas vozes, e acima de tudo, que consegue pô-las em evidência!!!
Um beijo, poeta!!!
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