como hei de fazer um poema
se não me escarram palavras
com sangue para cuspir
se não há fogo em minha glote
ou frio no plexo celíaco
se a estrada estaciona calma em minha porta
sem placas ou avisos
e se não sei o trecho onde encontrar meus rubros?
delicadezas não me
compõem
[palavras azuis ou rosas são para delicados, não quero
confessá-las aqui]
então
diga-me
que devo fazer se
neste momento
em minhas mãos
tenho apenas um ramalhete de versos brancos
e frágeis
para te ofertar?
#celsomendes
4 comentários:
Ler-te é um privilégio! Beijos
Ah, meu amigo poeta, às vezes, o sangue é tanto, as palavras tão rubras, que as mãos sequer rabiscam um "verso branco". As palavras coagulam-se, e ressequidas em seguida tornam-se
pó à porta da boca...!
Teus poemas têm múltiplas cores e matizes, e são sempre belos!
Um beijo, poeta!
Quando há razões tamanha, o poeta rasga as vestes e torna-se o próprio poema!
Belo!
Relendo tua arte no trato da palavra. (Boas Festas e muitas alegrias em 2015 meu querido amigo) Beijos
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