(I)
sopram-me segredos oceânicos
[estabeleço uma latitude inatingível para meus sonhos]
(II)
sobre palavras que
buscam o encanto
que ao vento se vergam
frugais
palavras de trigo
palavras que alimentam almas
debruço-me
(III)
do que foi dito
da lida, do lido
da prece aprendida ao olhar da noite
das confissões à sombra
rasgo fantasmas ao fogo de rochas cadentes
guardo o lume
insemino um novo sol
e prossigo
(IV)
de brisa leve ou de furacão. aprendi que chuva sempre
pinga vida. que tempestade renova.
(no movimento perpétuo da matéria, a constatação de que somos mutantes)
(V)
— |acendo estrelas para cada novo sono•às vezes chove•amanhã
acendo outra vez•às vezes brilha•acendo•por vezes dói•acendo•sempre vale a
pena•um dia sei que apagarei| —
(Celso Mendes)
10 comentários:
És mesmo um acendedor de estrelas que rasga fantasmas para desvendar a luz do sol!
Fico feliz que estejas voltando. Tua poesia me enche de alento, de motivos para continuar procurando pelo Sol!
Obrigada pela partilha e também por tua visita.
Um beijo, amigo
Bom que estejas de volta, amigo!
Não posso prescindir da tua poesia.
E se afirmas que guardas o lume,
que posso dizer de tanta luminosidade aqui?
Lindo, lindo!
Abraço carinhoso, poeta!
e os olhos da Lira ascendem ao te ler...
beijo, poeta Celso!
«palavras de trigo
palavras que alimentam almas»
saio nutrida.
que poema bonito!
um beijo, poeta.
Tal como o trigo ao vento, me curvo a sua poesia.Belíssima.
Que bom que voltou, querido.Já tinha saudades.
Beijinho.
Olhares, pensamentos, palavras que divagam, que se transformam em linhas coloridas com as quais teces poesia linda.
beijo
Vejo que voltou com tudo...
Beijo, doutor da lira!
Gosto imenso dessa imagem do acender estrelas. Escrevi, há tempos, sobre o mesmo tema. "Acendedor de Estrelas", assim se chamava o texto, que está publicado no meu último livro.
Um beijo
Como sempre, maravilhoso...deu saudade deste lugar vim voar contigo.
Ouvir segredos oceânicos, rasgar fantasmas, inseminar o sol, prosseguir e saber-se finito!
Abs,poeta
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