é a falta e a lacuna quem cria
(Paul Valéry)
fantasmas não dormem
anseios me esperam
o que urge além do lábio e da
palavra
é o mesmo que me trinca o esmalte
dos dentes
vindo da lacuna que ocorre no
rastro do voo
de cada pássaro que ousei ser
neste não sentir talhado nos ossos
feito rios secos a riscar-me a pele
álveos calcinados
onde escorrem congeladas
álveos calcinados
onde escorrem congeladas
a doçura e a tortura
de vozes e olhares idos ou perseguidos
dentro de um pretérito que me
bate à cara
ou em um porvir que se me escancara
ou em um porvir que se me escancara
é para agasalhar ausências que
teço este poema
de vazios e de abstinências
e me permito à lagrima
tanto quanto ao riso
(Celso Mendes)
27 comentários:
Quantas vezes, para agasalharr ausência, as palavras nos são inferno ou paraíso.
Na pele, os voos ousam ainda ser pássaros.
Beijo meu
tão intenso e humano!
um prazer acompanhar seus escritos !
Os nossos fantasmas e os nossos anseios, quase sempre são ausências que doem, mas que em teus versos exalam emoção e intensidade. Lindíssimo amigo! Grande beijo!
[urge o corpo da letra, feito palavra
urgente!]
um imenso abraço,
Leonardo B.
Celso,
teu poema me emocionou tanto!
pele embargada tende a cismar... acho que volto depois...
Beijinho com admiração intensa, amigo poeta!
e é deixar fluir o que existe no coração, beijos!
E essas ausências permitem preencher lacunas que criam um tecido poético num sortiégio de sensações, onde os rios não são secos,e onde a ternura pode fluir, num porvir feito de sorrisos!
Uma poesia que rouba as palavras...
Bela!
Abraço, querido amigo
Celso,
agasalhar ausências é de uma lindeza sem tamanho... e é também algo dolorido, como se, ao passar a mão sobre a pele, nos deparássemos com um abismo
poema lindo, desses que tocam com a ponta do dedo o que há de mais fundo.
beijos, poeta!
celso, meu querido amigo,
quantas vezes a escrita é justamente o agasalho das ausências?; mas, quantas outras vezes (senão mesmo mais) a ausência é o verdadeiro festim da (boa) escrita?
a tua escrita é tão humanizada que, mais do que adivinhamos, quase vemos o corpo do poema. admirável!
um abraço!
Quantas ausências, quantos vazios
instalam-se em nosso corpo na tentativa de impedir nossos voos?
A pele resseca, os rios tornam-se
temporários, escassos para saciar
uma sede que é permanente...
Mas o poeta cava, escava, e vai preenchendo, lixiviando um solo que
de tão fértil frutifica-se, e as
lacunas transformam-se em nova ramagem que nos alimenta e reconforta!
Obrigada, Celso
beijos
Celso querido!
A presença se faz mis dorte na ausência, quando sentimos a clareira que ficou na pele.
Belíssimo poema!
Beijos
Mirze
meu novo blog: My Thruth WordPress.com
essa serventia do poema aquece os vazios, dos pretéritos e do que há de vir,
abraço
Celso,
lindo, lindo!
Abrigar o vazio com cobertor grosso e fofo, (que estava guardado em uma das gavetas atrás da vida), sem sentir calor: eis o poema cumprindo-se em sua trama de lã.
Tua escrita é muito autêntica, coisa que mais aprecio em um poeta!
Beijos!
Caríssimo Celso,
Vim agradecer o comentário sobre o Haicau da nistura no blog do Gambiarra Profana. Mas confesso saio de seu blog extremamente encantado com a forma sedutora e única coma qual vc tece seu poema. Parabéns. É muito bom conhecer poetas assim. Gostaria de convidá-lo a visitar meu blog pessoal http://emaranhadorufiniano.blogspot.com
Seus comentários serão muito bem vindos. Já lhe sigo comprazer.
Grande abraço!!!
Celso,
Amparadas, as ausências ficam tão presentes
e como bem disse Drummond,
essa ninguém te rouba
Tocante, lindo, lindo!
Abraço, amigo!
Agasalho a minha saudade num poema carregado de versos dedilhados a você... Uma canção escrita em temas de solidão...
beijos querido
Tanto a lágrima quanto o riso preenchem e transbordam de nós as ausências.
Um poema fabuloso, Celso.
Beijo.
Fique à vontade, querido.
:))
poema tecido: agasalho.lindo mesmo, Celso.
Acabei de ver lá no FB...que poema lindo, meu amigo.
Bjo, bjo
os nossos fantasmas e anseios muitas vezes nos perseguem, e causam muitos vazios onde uma lagrima escorre pelo rosto.
intenso o seu poema e belo.
beijos
foram estilhaços que se alojaram no meu mediastino, esse desatino de não, nem nunca me reter em suas mãos.
essa lacuna, essa espera nua de preencher espaços e vãos aguados de lágrimas até secar a tez e a face adormecida de manhãs.
Agucei aquele som de uma estranheza vazia e repetitiva e lancei teus olhos através de mim. mas nada viu porque eu era o nada que se sucumbiu nos meus (in)cômodos ausentes e mofados de gritos agudos e singulares como revoada de morcegos.
Meu vão é seu e o meu espaço tem a tua espera nada mais , nem menos desesperada de ser reconhecida nessa entrega desenfreada e amanhecida em águas dos teus rios secos e entalhados cios nas veias dos meus (a)braços e antebraços. E ante o abraço de antes, esse seu agasalhar ausências me teceram ontens e cobertores que pendurei nos varais, pra secarem o sal, nessa solar imenso e estrondoso riso, ancorando sua presença aqui, além de ser tocado no rosto.
(rs não resisti, meu querido)
Tão bom estar aqui e sentir a entrega que causas em meu (uni)verso.
Meu carinho
Abraços, flores e estrelas...
Sam.
...mas este acalanto, preenche todos os vazios, sustem a àgua triste que também é vida!
A Água do "Bar do Poeta" não é comportável nos diques, senão nos dos vazios de nós!
E quase era água, porque um sorriso de obrigada, as tuas palavras !
Obrigada querido amigo!
Fraterno abraço
Essa é uma essência humana, em todos os seus dilemas e sentidos, gostei de ver. Abraços
Fantasmas não dormem, e sigamos vestindo as sombras e sempre com Poesia... muito bom sempre estar aqui.
Beijos Celso e bom retorno de Carnaval.
Carmen.
As palavras são o mellhor agasalho nas ausencias, aquelas que escrevemos em nós...
Excelente meu amigo!
beijos
cvb
A alma humana é composta de porções de claro/escuro, de certezas/incertezas. A nós foi dado o dom de verter sentimentos em palavras. Palavras que tem o poder de sensibilizar. Abraço.
Ricardo Mainieri
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