oh, fole da palavra-fogo
aplaca este gelo que me fere a língua
derrete esta casca que me oculta o lírio
ora pela asa, pela casa, pela roupa seca no varal
pela tenra semente do alcaçuz
pelo broto de sílica no quintal
pela unha rasgada a punhal
pela contumaz mudez imposta à carne
ora, ainda, pelos gritos engolidos
[ou perdidos em buracos negros]
pelos lábios costurados a fios de aço
pelo corte na cartilagem cricóide
pelas ranhuras neste corpo caloso
pelas feridas
pelas cicatrizes
e pelos meus olhos alados
que não se querem pousar
(Celso Mendes)
29 comentários:
Que a sua prece seja ouvida e que você consiga o que pede, não só como também, saiba abrir os olhos para ver se chegou e que usufrua disso. Um beijo
sopro mágico, rasgo de poesia elevada
abraço
Que ative este fole a combustão
e que fiquem alados, sim, teus olhos, poeta!
Um beijo, Celso!
Marlene
Celso, os seus poemas sopram sentimentos e atiçam as palavras mais mornas tornando-as imponentes aos olhos e aos sentidos dos leitores.
Um beijo
oa.s
Que seus olhos alados possam pousar e ver além de lábios costurados, feridas e cicatrizes.
Que o fogo derreta o gelo que lhe fere a língua e que possa rasgar o silêncio com palavras tão lindas quanto esses versos.
Bjs.
sopro fátuo não nega fogo e o poeta mete brasa!
maravilhoso, como tudo que assinas.
beijo desta impaciente, doutor da lira.
Que o poeta mantenha sempre esses olhos alados...
Belíssimo, assim como o poema que me deixou lá em meu blog... Fiquei impressionada com a sintonia de palavras!!!
Beijos, querido e ótimo fim de semana.
"... e pelos meus olhos alados
que não querem pousar."
Os olhos não pousam, quando nossa alma flama por voos, por conheceres, saberos versos que não nos capta o silencio e dele desprende a mais desejada poesia.
Teus versos são sempre muito belos!
Parabéns, amigo Celso.
Ótimo final de semana.
É a poesia que aquece o papel queimando a nossa alma...
A bela forma são seus versos que queimam...
lindo
beijos
Boa noite Celso!
Passando para uma visita de sextaq-feira.
Saudações,
Carla
Prece doloria e necessária
abraços
doces lembranças das
minhas aulas de anatomia!
:D
bjsmeus
Uau! Seu poema me causou calafrios na alma... rs Que intensidade! Palavras rasgando a carne, deixando exposto toda vida que fica dentro, fora desse olhar raso da superfície... amei!
Beijos :)
deus do fogo.
prometeu em eco.
poesia em chamas.
abraço, querido amigo!
~' estou a seguir.
Feliz pelas visitas e comentários, sigo aqui o meu sábado de outono.
Beijos, abraços, meu carinho e meus agradecimentos a todos!
Olhos de poeta nunca pousam; no brilho das estrelas ficam eternizados.
VOA, POETA!
Poesia é para o poeta
Vício
Sacrifício
Artifício
De voar e voar e voar...
gosto muito!
Que seu poema quase oração seja atendido, querido amigo. Belo! Beijos.
Celso, que nobre o acabo de ler.
AMEI! Simplesmente, tocada e apaixonada.
Abraços
Priscila Cáliga
Lindo poema! Parabéns poeta!
Abraço!
Caro Celso, a admiração é recíproca! Mas, as palavras que me deixa são sempre de uma gentileza comovente. Eu, deixo-lhe um "bonito", significando um estado de prazer poético e incapacidade de juntar palavras que possam exprimir um abraço comovido pela intensidade e continuidade qualitativa da sua criação.
Abraço, forte e sentido
Raul
ps. o seu exemplar, edição especial, está embrulhado, só falta o seu endereço para que o receba como oferta.
Que beleza de poema! Palavras que nos queimam.
Um grande beijo Celso
Algumas poesias apenas me silenciam. Aliás, isso tem acontecido muito ultimamente... E depois segue queimango linhas como se fosse horizonte.
bacio
Uns olhos alados são tudo o que basta para poder voar sobre a inquietação.
Belo o seu "sopro"
Um beijo
Por mais incrível que pareça, você, poeta, conseguiu fazer do corpo absurdado e dilacerado por versos fortes, instrumento de música!
Sonoridade ímpar, em refrão às estrofes de cisões profundas.
Grande abraço.
O seu poema é perfeito e profundo, suas palavras ganha vida em cada versos, derramado com emoção de um poeta. Gostei muito! Um abraço!
Cálido e eloquente... adorei!
Passei pra conhecer e já fiquei...
bj.
Catita
Vim reler esse poema neobarroco, de que gosto muito!
Abraços.
Postar um comentário