bebo do sol deste céu
deste sal que me escorre negro
deste lamento turvo e rubro
a arder-me a voz plena de sombras
do mais distante
do mais longínquo
do mais pretérito
arrebol
eu sei, eu sei
sei sim
que vento em pranto
é tempestade
que só
assola lírios inconsolados
pela palavra que queima
e alimenta
a imagem ferida
do entardecer
que silencia
cada dia
e é assim
afago
manhãs
e afogo
crepúsculos
agonizantes
na escuridão
de noites sem fim
bem aqui
aqui em mim
(Celso Mendes)
23 comentários:
Que as manhãs irradiem sol e os crepusculos levem silencios que apertam corações, deixando suave a noite e claro o dia.
Lindo poema Celso.
Beijos
oa.s
Deste céu que escorre em mim, encontro letras de tempestades embriagando o tempo.
Silencia as nuvens turvas de um sentimento que escorre feito chuva de um céu, de um sol que caminha em mim...
Belo, meu amigo!!
Beijos
"É tempestade que só...". Tanto sentimento nessos versos!
Bjs, amigo querido!
O que dizer?
Tudo tão belo...
Parece que aflora um lírio nos nossos olhos, estendidos sobre tanto lirismo teu!
Beijos, poeta.
O poema está um primor!
E é isso : somos o mundo inteiro.
Inspirador, Celso, Gostei muito.
Um beijo.
Celso,
o vento da viração que vira em nós, remexe, escolhe e encolhe o que virá do que já foi.
Belíssimo,poeta!
A propósito de vento, aqui em Porto Alegre começou o "nordestão", um vento meio de lado e fortíssimo, anuncia mais uma viração (de temperatura, pois sim!)
Beijos.
tanta coisa que nos cabe e não se cabe de expansão,
abraço
Celso, a sua poesia é muito sedutora pelo trato que dá à palavra, enchendo-a de música e de encanto:
"afago
manhãs
e afogo
crepúsculos
agonizantes
na escuridão
de noites sem fim
bem aqui
aqui em mim"
Um beijo
L.B.
Teus versos são tão cancionados. Dá uma vontade de cantá-los. Mui belo, querido. Parabéns!
Beijos. Au revoir!
Celso, nosso mundo interior é constituído de galáxais, sóis, planetas, buracos negros, quasars. É multidimensional. Este poema mostra a trajetória das emoções, ora escuras, ora um pouco menos sombrias. Em suma, versos de sensibilidade, tentando descrever o inefável.
Abs.
Ricardo Mainieri
Que delícia de blog e que encanto de texto!
Muito bom vir conhecer aqui.
Te espero la no meu canto, ha uma assunto por la que seria
perfeito ter sua impressão sobre.
Escreve no Bar do Blog é? Que dia escreve?
Eu tambem.
Esta no novo livro?
Te espero.
Bjns entre sonhos e delírios
Lirismo sem fronteiras em plena expansão.
Beijo, poeta tão querido!
Gostei do tom lirico que já algum tempo percebo na tua escrita celso.
Abraços
Nada como um gole de sol!
Muito bom, camarada!
wow, lirismo meta-cósmico. Tá muito bom.
Abraços.
Celso, como é difícil amanhecer destas noites sem fim que nunca deixam de nos habitar!
... mas a poesia, com certeza, nos acorda!
Bj grande, meu amigo.
querido amigo celso,
somos feitos de finitos e infinitos a modelar-nos desejos e expiações. talvez um dia compreendamos que, ainda que no lusco-fusco de manhãs por acontecer ou crepúsculos sem terminar, o caminho é todos os caminhos. serão os pés a modelar os trilhos e não o contrário.
forte abraço, poeta inteiro das inquietações que engrandecem!
Um belo e intenso poema.Parabéns.
Muito bom Ceso...isso realmente é uma expansão...e das boas!
[]s
Tua poesia alcança a beleza em plenitude. Ler-te é sempre um grande prazer.
Beijos
Imagens que parecem externas. "Parecem"... Quando se percebe, tudo está dentro da gente. Muito bom te ler, Celso.
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