hoje visitei a beira do abismo
eu e meu jeans
no fundo, sempre achamos que o tempo não iria passar
acocorei-me sobre o limbo que cobria o chão que pisava
abotoei uma borboleta amarela na lapela
cobri-me daquele sol desbotado e velho
apanhei um cogumelo solitário que insistia em crescer na pedra
cheirei duas nuvens passageiras
mas resolvi não olhar para o espelho do mar
e o azul acima da minha cabeça sempre me desafiando
resolvi seguir pra lá
estou cansado de tentarem me convencer que envelheço
(Celso Mendes)
12 comentários:
uma calça velha azul e desbotada, o tempo não pára
abraço
O tempo, enigma, invencivel e necessário
beijos
O tempo passa, querido... se não ficamos melhores, com certeza ficamos mais experientes e quem sabe, até mais bem vestidos.rsrsrs
Beijos
[do tempo, a passagem e rodeira do caminho, raramente o próprio passo]
um imenso abraço, Celso
Leonardo B.
Não olhou para o espelho do mar, que mostraria, tão somente, um lado do seu ser.
Não deixe que te convençam!
Deixe que aflore espontânea
a criança
e essa alma de poeta!
Beijo, amigo!
Marlene
Lindo esse passeio, Celso.
Apareça lá no Inscrições, tá?
Abraço.
Envelhecemos, empregando eufemismo: "melhor-idade". Isso é fato. Mas se você não soubesse a sua real idade quantos anos você acha que teria?
Abraços poéticos!
E por acaso um poeta desses envelhece rs? Que lindo, amigo!
Simplesmente fantástico, amigo...
Eu sempre dou de ombros para essa coisa de tempo e idade. Acho necessário envelhecer, afinal, o dia trás outro dia. Mas a alma não precisa entregar-se a coisas tão humanas, não é mesmo? bacio
Eu também pensei que o tempo não ía passar...mas ele passa... o importante é não envelhecermos por dentro... é manter a poesia e o encanto sempre vivos, como vc sabe fazer... adorei o poema, beijos!
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