Existe uma lânguida poesia enclausurada neste portal,
um borrifo de pensamentos anacrônicos, obsoletos,
versos velados marcados de cores e odores habituais.
E existe a poesia calada do cancro infiltrada nas vísceras
a apodrecer palavras reticentes;
um engasgo bruto, uma turbulência de rompantes na língua.
Existe uma língua querendo tornar-se idioma,
um pássaro pousado,
um matiz de arco-íris no meio da noite.
Existe a palavra pingada no oco do céu de uma boca pedindo socorro.
E o poema perdido que ora berro
é só uma mentira
trancafiada
entre o espanto e o nada.
(Celso Mendes)
43 comentários:
Poeta
Entre o espanto e o nada...as suas palavras gritam e fazem-se poema.
Beijo
Sonhadora
Excelente, Celso!
Beijo.
Entre o espanto e o nada, cheira me ao existencilismo. otimo
abraços
Entre o que se diz é o que não é dito, palavras imploram para ser entendidas. Palavras suplicam para serem sentidas. Lindo escrito, amigo! Parabéns e ótimo final de semana! Muita inspiração!
É na poesia calada de alcance imenso, que nos encontramos e sentimos.
abraço
oa.s
Há poesias espalhadas nesse portal, poesias que guardo em versos do sentir. Há letras que falam das sentimentalidades da alma e que traz sorrisos e felicidades em mim. Há palavras espalhadas que se misturam no infinito...
Belo e belo!!
Beijos
Nossa! Maravilhoso! Adorei.
Celso,
...velados versos
de bruto engasgo,
pássaro pousado...
Que beleza de versos! Saídos do âmago!
Grande abraço, amigo
Marlene
amigo celso,
só este título é todo um poema.
entre o espanto e o nada ainda há-de vogar o que sobra do ser. haja paciência para o recoleccionar num todo com espanto!
abraço!
Que dizer, quando o poema comporta muito mais do que a palavra suporta.
Sempre me deixo emocionar pela sensibilidade que extravasa das suas composições.
Um beijo
O poema por vezes é um jorro incontido de material inconsciente "in natura"
Cabe ao poeta lapidar suas pulsões de Eros & Tanathos.
Obrigado pela visita ao meu Espera. Vc. falou que o poema é bonito. A moça a quem dedica também era. Melhor digo, ainda é, pois reencontrei-a no Facebook. Merece, ainda, novos poemas...(rs)
Abs.
Ricardo Mainieri
Senhoril de versos indomáveis
Alma intocada
por impudicos desafios
lamentáveis
♥
Que belo, meu querido... ^_^•
todos temos um não-dito... mas eu deixei de me preocupar com o meu há tempos!
=)
bjsmeus
Não sei nem o que dizer, Celso... Maravilhoso.
As tuas palavras flutuam em minha mente...
Beijinhos e ótimo fim de semana.
Sonhadora, e os gritos insistem acordar meus sonhos. Obrigado.
Beijo.
Lara, sua leitura é sempre um grande incentivo para mim.
beijo.
Sandrio, o existencialismo tem cheiro de palavras que desejam ser mais, não é?
abraços!
Se essas caladas palavras já alcançaram um OceanoAzul, será que podem sonhar ainda mais?
Obrigado, querida!
beijo
Suzana, as palavras são partes deste meu infinito que ainda não compreendo. Soltas, podem mentir, causar espanto ou simplesmente nada dizer.
beijo, amiga!
Valéria, obrigado, querida.
Amiga Marlene, feliz com suas palavras...
Amigo Jorge, o espanto está sempre no limite entre a palavra que se prende e o negro do nada.
grande abraço!
Lídia, adorei seu comentário. Acho que é isso que tentamos mesmo, extrair tudo e mais um pouco da palavra para que reste apenas o sentir que ela provoca.
beijo.
Ricardo, Obrigado, meu caro. Então, acho que tua musa merece mais um poema para que brinde a ela e para nosso deleite...
abraço!
Kiro, tenho apenas alma calejada, cheia de cicatrizes, mas que ainda aceita desafios...
beijo, querida!
É, Lê, pra que preocupar-se com os não ditos? Bom seria que eu conseguisse...
beijo.
Parole, as palavras flutuam em tua mente são as tuas, que se encontram com o espanto de minhas mentiras...
beijo.
Entre o espanto e o nada é uma boa intersecção.
A intersecção do projetado com o não dito, amigo Fred...
Abraço!
O teu espanto cria do nada ( ou do tudo )belos poemas Celso. Já sou tua fã, beijos!
magistral,
abraço
entre o espanto e o nada todo o encanto em ler-te.
és um poeta e tanto!
beijo, meu caro.
Eu sempre me perguntava porque o poema perdido é sempre o mais perfeito, então ouvi como resposta o obvio "ele é o silêncio e sua perfeição de movimentos orientados junto ao vácuo" e ao ler seu poema percebi justamente isso: um eco entre o espanto e o nada, ou seja, o silêncio.
linda semana pra ti meu caro
bacio
Milene: o nada pode ser tudo e tudo se resumir a nada, não é?
Beijo.
Assis, caro poeta, obrigado pela visita!
abraço!
Cris, gosto de escrever apenas. Ser poeta é interpretação de texto...
beijo.
Lunna, esses ecos perdidos no silêncio vivem a me espantar mesmo. E as palavras não conseguem descrevê-lo, mas vamos tentando...
beijo.
Olá,
Seu blog é de muita sensibilidade...
Este post em especial...
"a poesia enclausurada" saiu e encontrou seu destino...
Gostaria de convidá-lo para visitar meu blog também. Comentários são muito bem vindos.
"Cheira-me" a uma tendência surrealista...As palavras brilham entre si, conferindo sentidos inéditos...
Adorei estar aqui, tentarei vir mais vezes...
Parabéns :)
Triste é a poesia que mesmo cheia de asas sente que não consegue voar. Mas do que escrita, é quando ela é lida que ela se sente libertar...a poesia sempre se acha no olhar de quem a lê e no coração de quem a sente, e posso dizer, tua poesia se achou em mim, em tudo que em mim ela conseguiu mover....
Bonito demais teu jeito de escrever menino.Gosto muito de te ler...
Bjo de quem de ti é fã.
Erikah
Entre o espanto e o nada...A vida escorre...
Lindo!!
Passando para uma visitinha de Páscoa!
Saudações!
Carla
Muito obrigado pela visita Cristine, EU (tu...rs), Erikah, Carlinha e Carla Fernanda: feliz com seu comentários!
Beijos!
"Existe a palavra pingada no oco do céu de uma boca pedindo socorro".
Na minha também...
SOS
BJS
Rossana
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