Tenho nas palavras meu escoadouro libertário de aprisionadas impressões. O que flui é o que me abasta, vazão de sentimentos. Desta enxurrada, o que me basta. Se realidades seguem oníricas e sonhos se desejam concretos, eu navego o limiar. E é ali que me resumo em abstrações manchadas de cores, de odores, de toques, dores inexatas, lembranças caladas, olhares disformes, sorrisos multiformes, páginas marcadas, presenças eternas, ausências enormes.
Uso o idioma dos homens numa linguagem que conversa com o meu universo e que nem sempre sei decodificar. Escrevo sobre o pouco do compreendido e o muito do sentido. Da vida procuro a essência. Da efemeridade de sua poesia, fragmentos.
Bebo do mesmo tempo que me consumirá. E amanhã sempre será apenas talvez. Mas aprendi a não acreditar em verdades absolutas, então posso estar enganado. Afinal, minhas palavras não pretendem ensinar, apenas se libertar. Há momentos onde o que preciso é desaprender para me reinventar...
CELSO MENDES
2 comentários:
E porque deixas que a liberdade seja a única que te governe o traço, tua linguagem flui tão bem que nos cresce a sensação de asas que caligrafam.
Gostei muito de ler este teu post.
Um abraço.
Muito feliz com tua visita e comentário, Katyuscia. Tenho lido muito o que escreves e, com certeza, me inspirado muito em teus textos.
Abraço!
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